segunda-feira, maio 18, 2009

À PEDIDO DE ALGUNS QUERIDOS AMIGOS: EDUCAÇÃO ENGLOBA A CULTURA??? O QUE EU PENSO SOBRE JONAS BROTHERS???

Sem sombra de dúvidas! A cultura está globalizada por meio da educação, sobretudo quando mencionamos "Jonas Brothers", dentre outras formas de vender imagem "pegando pela retórica", quando, na realidade, não basta fazer boa música, mas seguimentá-la com fortes pretextos a fim de invocar a massa, propagando histórias pessoais relacionadas à virgindade, religião, homossexualidade, puritanismo, bem como toda sorte de polêmica destinada ao marketing. A arte de despertar a enlouquência está formalizada, de modo que ganhou forma e espaço, atualmente, nos quatro cantos da terra, eu diria.
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Pelo mesmo prisma, o "engravatado intelectualizado" cairia bem para os bons ideologistas da música, por exemplo, gênios brasileiros com posições analógicas, tais como Los Hermanos, Luciano Nassyn e os Filhos de Dalila, Skank, Cidadão Instigado, Titãs e a eterna Legião Urbana_ atualmente, algo distante dos novos mitos porque não condiz com o mesmo objeto de mérito de "Jonas Brothers", o ator do cenário principal do assunto em pauta: O ENGODO DA RETÓRICA. Veja:
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"U-hu!!!", "irado!", "tá ligado?", "e aí, galera?", "com certeza!", "tipo assim...". Sei que tais expressões não são uma boa maneira de começar um texto, mas expressam com fidelidade o quanto termos como "rock and roll", "atitude" e "juventude" se transformaram em bolhas de sabão em um vendaval.
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A vinda do Jonas Brothers ao Brasil é mais um capítulo que pessoas que levam música a sério terão que deglutir. Tive a preocupação de escrever este texto sem deixar dominar-me pelo calor da fúria. No exato momento em que você está lendo estas palavras, posso afirmar categoricamente: se nosso futuro depender da "juventude" que agora idolatra os tais Jonas Brothers, pode apostar que o Apocalipse deve acontecer entre quinta e sexta-feira da semana que vem...

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Parece incrível, mas tudo o que a música podia proporcionar em termos de rebeldia contra o sistema opressor, de anticonformismo e de vanguarda contra a mesmice foi transformada em um vergonhoso pastel de isopor. Não há mais espaço para a famosa história do cara que não tinha outra coisa a fazer a não ser montar uma banda de rock com os amigos para amedrontar os vizinhos e fazer shows anárquicos e vibrantes. Hoje, montar um grupo virou uma atividade como outra qualquer, cujo objetivo é ganhar muito dinheiro vendendo caderno, mochila, telefone celular, adesivos e aparecer nas MTVs da vida.

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Atualmente, os tais Jonas Brothers são aquela "bola da vez" que já esteve nas mãos de grupos como o Hanson, por exemplo, por quem adolescentes histéricas se desesperam, gritam, choram, desmaiam, babam e sonham, já que os três moleques dizem que são religiosos e virgens, que guardam o "tesouro da pureza" para quando casarem com suas almas gêmeas. "Porra, Deus me dê a santa paciência! Desde quando ser artista significa posar de bunda-mole?"_ esta foi uma das frases mais cômicas que pude ler, relacionadas ao assunto propriamente dito.


Eu respondo a questão acima: desde que a MTV deixou de ser um sopro de esperança na busca por uma linguagem musical ainda mais abrangente, em que não bastava ter canções excepcionais, era preciso ter uma estética que complementasse aquilo que o artista queria dizer. O problema foi que, com o passar do tempo, aquilo que era vanguarda foi de tal forma assimilado pela indústria musical que "novidade" virou artigo de prateleira de supermercado. "Deu no que deu".
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Hoje, temos a massificação da mediocridade, que desova de tempos em tempos hordas de adolescentes que mal sabem se expressar em palavras (rsssss), optando por gritos, expressões e pensamentos asininos; que idolatram artistas energúmenos que não cansam de lançar discos idiotizantes. Tudo embaladinho, com laço vermelho perfumado, pronto para ser consumido por uma molecada que acha que Captain Beyond era um herói de quadrinhos, para quem, o Slade, ou é um perfume ou o nome de um personagem do Wesley Snipes (rsssssss).
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É provável que essa geração de "babadores de ovos" acabe influenciando outras posteriores. Mas isso não significa que temos que ficar esperando, como frangos em um matadouro, a substituição do binômio som/fúria por uma conformidade imbecilizante, que faz com que a garotada não se canse de gritar as expressões colocadas no início deste artigo.


Não temos que nos obrigar a respeitar quarentões "playboys" fazendo H na porta do Milk Mellow, The Fifties ou da Ofner da 9 de julho e da Al. Campinas, bem como mulheres quase trintonas fingindo que são adolescentes, com suas roupas de grife cuidadosamente rasgadas e amarrotadas_ de repente, "na história", isto as tornariam "mocinhas rebeldes", até que elas possam desvendar a própria realidade. Vamos levantar a cara do prato de arroz com feijão e ver que o rei está nu!
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Quando ouço o trabalho do Jonas Brothers; vejo seus vídeos e leio suas entrevistas, fico pensando: foi para isso que Little Richard e Chuck Berry criaram o rock and roll? Foi para isso que Pete Townshend quebrou suas guitarras? Para nada? Mas sei que foi por isso que Kurt Cobain estourou os miolos: para não ter que ver seus sonhos se transformarem em camisetas coloridas; para não presenciar bandas anunciando refrigerantes; para não se indignar com artistas se comportando como garçons em festa infantil para não irritar o patrocinador. Ah, Kurt... doce menino loiro de 27 anos de idade, embora, na época, chamando atenção da minha pré-adolescência, com sua ideologia no punk rock.
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Porém, tenho grande apreço pela geração que não abaixava a cabeça frente a um "não"; que derrubava a cristaleira do bom mocismo; que apedrejava as vidraças da humildade subserviente. Por isso, meu coração se enche de som e fúria quando vejo gente jeitosinha dizendo que está ensaiando com sua "bandinha" não para tocar em cima dos palcos ou mesmo para gravar CD consquistando seu espaço com respeitabilidade e direção, mas para "gravar um clipe e um DVD", a fim de vender imagem no youtube e, posteriormente, fazer comerciais de chapinha e tinta de cabelo. Meu coração se enche de som e fúria quando vejo garotos imberbes como os tais Jonas Brothers exemplificando o que a juventude é hoje em termos de importância para a música feita de forma espontânea: um grande nada. Regis, meu querido, sua linha de raciocínio vem de encontro a minha, sem cogitar duas vezes!!!

OBS.: NÃO SERIA ESTE O ENGODO DA RETÓRICA, CRIADO E PERCORRIDO POR LILY ALIEN???

Respondam se puder...

5 comentários:

  1. uhuuuulll... falou tudo, dra Fabí! Parabéns!!!Discreta, culta, chiquérrima, mas dona de uma ideologia de tirar o chapéu. Personalidade ativista só dela! Valeu por nos avisar pelo texto, demorou mas publicou, hehe.
    Luis Hernandes Falconi, Mariana Ferroso e "galera" da Dra. Terezinha Bastos (hehe)

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  2. É isso aí, Fá! E nós somos os mesmos e vivemos...
    Feliz em vê-la tão bem como sempre a vi, profissional cada vez mais atuante. Beijos carinhosos para todos vocês!

    Lauro Borbon

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  3. (Paulinho- fã assíduo da Fabí e do blog da Guarará Jardins-> lindaAAAA com todas as letras)

    mas do jonas Brothers... já nem posso falar o mesmo odeio esses caras. mandou bem Fabí linda!!
    essas pragas tão no Brasil e querem destruir o Rock in rool amanhã no morumbi-> cultura zero\ô/

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  4. Embora eu tenha adorado o trabalho que você fez com o Jonas Brothers para a grife, esse texto que escreveu está perfeito, tanto quanto engraçado porque você tratou de abordar a mais pura verdade! Parabéns, Fabí! Hoje é nos bastidores do Morumbí!
    Beijo da amiga publicitária Lucília Campos Fraizoni-
    Campos de Jordão

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  5. A não!..... Eu amei demais esse blog e encontrei ele na página do top blog como um dos 5 melhores blogs de comunciação da internet inteira mais eu amo esss meninos do jonas Brothers e podem ser o que for mais sempre vou curtir. A matéria tá muito boa mais não posso aceitar nada contra eles
    Renata Fragoso de Almeida- Goiânia-GO

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